INTERACTIVOS?'19: Ciência na Roça

Constelações de Ferramentas

O ser humano desde a antiguidade possui curiosidade a respeito do céu estrelado. Isto é evidenciado em inscrições e construções antigas. O céu era visto com certo espanto, receio, admiração e respeito. O desconhecimento das causas científicas dos fenômenos astronômicos instigava o ser humano a destinar valores divinos aos astros celestes. As constelações foram inventadas pelo ser humano. Cada povo possuía suas próprias constelações. Às vezes, coincidia que quase o mesmo conjunto de estrelas tinha nome e significado diferentes para povos diferentes. Guardar a forma ou a localização dessas figuras no céu não era um trabalho fácil, e assim, criavam mitos e histórias sobre as constelações. Com o tempo, os povos perceberam que as constelações eram úteis. Era possível identificar os períodos de caça, agricultura e pesca. Serviam para determinar a passagem do tempo, as estações do ano e o clima. Foram feitos calendários inspirados nos fenômenos celestes (como os períodos lunares e solares). Demarcaram a trajetória do Sol durante o ano usando as constelações que chamaram de Zodíaco (dependendo da posição do Sol no Zodíaco, sabiam-se as condições do clima e as estações do ano). Atualmente, as constelações não possuem a mesma importância da antiguidade. Mas ainda são úteis para os estudos astronômicos, como por exemplo, indicar direções no Universo e tornar mais fácil a identificação de astros no céu. Existem estrelas que são utilizadas para direcionar equipamentos de navegação espacial, como a Canopus, da constelação Carina, a Formalhaut, do Peixe austral, e Sírius, do Cão maior. Só a partir de 1930, Eugène J. Delporte propôs um novo conceito de constelação. Este foi adotado pela IAU (International Astronomical Union - União Astronômica Internacional) e continua em vigor até hoje, o qual determina que constelação é a divisão da esfera celeste, geometricamente, em 88 regiões ou partes. De maneira que, olhando para o céu de dentro da esfera celeste, qualquer objeto celeste que estiver na região de uma constelação, além das estrelas da mesma, é considerado parte da constelação. Na realidade, as estrelas e outros constituintes de uma constelação geralmente não têm relação física entre si, mas tendemos a pensar o contrário. Isto porque quando olhamos para o céu, não temos a percepção das distâncias reais das estrelas a nós, mas apenas uma idéia da disposição delas em relação às outras na esfera celeste. Por isso, temos a impressão de que todas as estrelas, nebulosas, galáxias e outros objetos celestes, estão todas à mesma distância da Terra e próximos entre si. Desta maneira, utilizamos deste conceito para nomear o projeto, já que cada estrela (colaboradora do grupo) é proveniente de uma área diferente, trazendo ineditismo na própria construção enquanto grupo e diversidade de olhares para o desenvolvimento das ferramentas.

Objetivo: Criar uma experiência de conexão com o céu a partir de ferramentas sinestésicas.

##Ferramentas propostas:

Holograma: Visualizar os astros em 3D e dar uma ideia de dimensão de acordo com a escala. É possível converter imagens e vídeos para a exibição em 3D.

Constelações criativas: A partir da contação de estória, na qual mostrará como os diferentes povos vêem o Universo), sugerimos que os participantes imaginem desenhos para formar suas próprias constelações, ligando com barbante os pregos que representam as estrelas.

Entrevista com os mais velhos/Mitos de diversas culturas relacionadas ao céu: As conversas com os anciãos têm como objetivo aproximar o público do conhecimento sobre o céu e também resgatar culturas, gerando empatia com a estória. É importante que se faça uma pesquisa sobre a cultura da região como forma de criar uma contação que seja empoderadora e única. Nas entrevistas são feitas perguntas como: “qual sua relação com o céu?” “você costuma olhar para o céu durante a noite?” “Quais histórias você conhece sobre o céu (Lua e estrelas)?” “A observação do céu tem alguma utilidade na sua vida?”. Aconselhamos que as entrevistas sejam gravadas e transcritas posteriormente.

Mural (qual a sua relação com o céu?): A ideia é fomentar e coletar informações/memórias do público sobre o céu e como se relacionam ou não com ele). As respostas podem ser introduzidas no começo da contação de estória para iniciar uma conversa.

Observação com o laser: Indicar as constelações visíveis no dia que estejam presentes na contação de estória. (É interessante que a contação tenha pelo menos uma constelação que seja possível indicar).

Telescópio: Dar a oportunidade dos participantes visualizarem os astros mencionados na contação através do instrumento.

Projeção Cone-Constelação: Facilitar a visualização das constelações em ambientes internos e escuros.

Trilha sonora: Criar um ambiente agradável e acolhedor para a experiência em contato com o céu ou até como pano de fundo da contação. Fazer com que os participantes tenham uma experiência multisensorial.

Planisférios Celeste e Lunar: É um instrumento para auxiliar na aprendizagem de como reconhecer as estrelas e constelações. Já o lunar é um dispositivo que serve para facilitar a identificação das fases da Lua, a compreensão de como elas se formam e a determinação aproximada das horas de seu nascimento e ocaso e além disso, conectar com as culturas locais o plantio, colheita e podas.

Zine: Serve como referencial teórico para a contação de estória. Sugerimos que seja falado, e não lido. O zine foi criado para uma contação de estória baseado na região. É possível adaptá-lo com diferentes mitos. O objetivo é fornecer um material que sirva de parâmetro para o produto de maior relevância dessa sequência de atividades.